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Novos relatórios de inteligência representam a primeira pista significativa conhecida sobre quem foi o responsável pelo ataque aos oleodutos Nord Stream que transportavam gás natural da Rússia para a Europa.
Por Adam Entous, Julian E. Barnes e Adam Goldman
WASHINGTON - Novas informações de inteligência analisadas por autoridades dos EUA sugerem que um grupo pró-ucraniano realizou o ataque aos oleodutos Nord Stream no ano passado, um passo para determinar a responsabilidade por um ato de sabotagem que confundiu investigadores de ambos os lados do Atlântico por meses.
Funcionários dos EUA disseram que não tinham evidências de que o presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia ou seus principais assessores estivessem envolvidos na operação, ou que os perpetradores estivessem agindo sob a direção de qualquer funcionário do governo ucraniano.
O ataque descarado aos oleodutos de gás natural, que ligam a Rússia à Europa Ocidental, alimentou a especulação pública sobre quem era o culpado, de Moscou a Kiev e de Londres a Washington, e permaneceu como um dos mistérios não resolvidos de maior importância da Rússia, que já dura um ano. guerra na Ucrânia.
A Ucrânia e seus aliados foram vistos por algumas autoridades como tendo o motivo potencial mais lógico para atacar os oleodutos. Eles se opuseram ao projeto por anos, chamando-o de ameaça à segurança nacional porque permitiria à Rússia vender gás mais facilmente para a Europa.
Autoridades do governo ucraniano e da inteligência militar dizem que não tiveram nenhum papel no ataque e não sabem quem o executou. Depois que este artigo foi publicado, Mykhailo Podolyak, um conselheiro sênior de Zelensky, postou no Twitter que a Ucrânia "não tem nada a ver com o acidente no Mar Báltico". Ele acrescentou que não tinha informações sobre "grupos de sabotagem" pró-ucranianos.
Autoridades americanas disseram que não sabiam muito sobre os perpetradores e suas afiliações. A revisão da inteligência recentemente coletada sugere que eles eram oponentes do presidente Vladimir V. Putin da Rússia, mas não especifica os membros do grupo, ou quem dirigiu ou pagou pela operação.
As autoridades americanas se recusaram a revelar a natureza da inteligência, como ela foi obtida ou quaisquer detalhes sobre a força das evidências que ela contém. Eles disseram que não há conclusões firmes sobre isso, deixando em aberto a possibilidade de que a operação possa ter sido conduzida fora dos livros por uma força proxy com conexões com o governo ucraniano ou seus serviços de segurança.
Algumas especulações iniciais dos EUA e da Europa centraram-se na possível culpabilidade da Rússia, especialmente devido às suas proezas em operações submarinas, embora não esteja claro qual motivação o Kremlin teria para sabotar os oleodutos, uma vez que eles têm sido uma importante fonte de receita e um meio para Moscou exercer influência sobre a Europa. Uma estimativa colocou o custo de reparar os oleodutos em cerca de US$ 500 milhões. Autoridades americanas dizem que não encontraram nenhuma evidência de envolvimento do governo russo no ataque.
Funcionários que revisaram a inteligência disseram acreditar que os sabotadores eram provavelmente cidadãos ucranianos ou russos, ou uma combinação dos dois. Autoridades dos EUA disseram que nenhum cidadão americano ou britânico estava envolvido.
Os oleodutos foram destruídos por explosões em alto mar em setembro, o que as autoridades americanas descreveram na época como um ato de sabotagem. Autoridades europeias disseram publicamente que acreditam que a operação que teve como alvo o Nord Stream foi provavelmente patrocinada pelo Estado, possivelmente por causa da sofisticação com que os perpetradores plantaram e detonaram os explosivos no fundo do Mar Báltico sem serem detectados. As autoridades americanas não declararam publicamente que acreditam que a operação foi patrocinada por um estado.
Os explosivos provavelmente foram colocados com a ajuda de mergulhadores experientes que não pareciam estar trabalhando para militares ou serviços de inteligência, disseram autoridades americanas que analisaram a nova inteligência. Mas é possível que os perpetradores tenham recebido treinamento especializado do governo no passado.